Pátria Nostra (Rondó)

"Triste Bahia! Ó quão dessemelhante..."
Gregório de Matos

A fadiga que fundo trago
não é traço da vida dura,
nem gastura de amor quebrado,
é o lasso do peito em mágoa.

Uma mágoa que não tem cura,
meu rebento de mim tiraste,
outra presa da vil loucura,
nossa praxe por teu contraste.

Trago amarga — dolência antiga —
esta boca, e ninguém a adoça,
como atreves dizer-te nossa?
Por mim choras, compadecida?

A fadiga que fundo trago
não é traço da vida dura,
nem gastura de amor quebrado,
é o lasso do peito em mágoa.

E se grito ninguém escuta:
“um estorvo que já vai tarde”.
Cantas paz, brutalmente injusta,
queres jaz quem te lê covarde.

És medonha, nação partida,
um irmão muito pouco possa,
outro o medo da plebe grossa.
Por quem oras? Ó, filicida!

A fadiga que fundo trago
não é traço da vida dura,
nem gastura de amor quebrado,

é o lasso do peito em mágoa.