Condenados
Sobre pernas finas, num andar desajeitado
Aproxima com indiferença o casal de namorados.
Ele maltrapilho, ela esfarrapada
Sujos cambaleando em alucinógenos
Não reconhecem sequer a planta da calçada
Em ziguezague, de mãos dadas
Disfarçam o andar desarrumado
Aproximam, num sorriso e no cumprimento
De bom dia, pausam aquela andança
Equilibrando-se numa contradança
Pedem sem frescura
Comida, dinheiro e até uma cachaça
Sorriem novamente de forma meio sem graça
No balançar daquelas pernas inseguras.
Vejo a dependência das três almas condenadas
Se despendem mastigando num marchar descompassado.
Assim segue o casal de namorados.