Condenados

Sobre pernas finas, num andar desajeitado

Aproxima com indiferença o casal de namorados.

Ele maltrapilho, ela esfarrapada

Sujos cambaleando em alucinógenos

Não reconhecem sequer a planta da calçada

Em ziguezague, de mãos dadas

Disfarçam o andar desarrumado

Aproximam, num sorriso e no cumprimento

De bom dia, pausam aquela andança

Equilibrando-se numa contradança

Pedem sem frescura

Comida, dinheiro e até uma cachaça

Sorriem novamente de forma meio sem graça

No balançar daquelas pernas inseguras.

Vejo a dependência das três almas condenadas

Se despendem mastigando num marchar descompassado.

Assim segue o casal de namorados.

Paulo Sergio Barbosa
Enviado por Paulo Sergio Barbosa em 02/07/2018
Reeditado em 02/07/2018
Código do texto: T6379352
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