a guerra do brasil

“A poet’s job is not to write about love. A poet’s job is not to write about flowers. A poet must write about the plight and pain of the people.” Matiullah Turab

Eles não viram o uniforme da seleção,

Carcaram o dedo,

Espalharam mais que o medo,

Estilhaços e ricochetes.

Complexo da Maré,

Complexo do Amarelo,

Raios!De que lado do círculo você é?!

Não caiu o chefe dos deputados

Não saiu o comandante do batalhão lotado.

Repito aqui: estou como Matiullah Turab,

Lá do Afeganistão,

Revoltosamente cansado.

Se era tudo camuflado?

Não viram o intransponível blindado?

O olho do tenente brilhando, os do cabo?!

Eles não leram o informe militar.

Nada ajuda saber o calibre

Se o paramento do rito é ultrajante.

Aos plantonistas serve mais um excerto

Que saber que a romaria que persegue o exército

tem em Conselheiro o Padroeiro certo.

Aquele no morro, braços às lides

Não é o Redentor, é o padroeiro das favelas

desde Euclides.

Vamos pagar o soldo,

Correr para o mercado,

Eleger os mesmos dos estatísticos dados?!

E sermos usuários e traficantes de poesia?!

Eles não viram o uniforme da escolta ou da escola?

- Temos que reger! Dizia Dona Roméria,

A professora do bairro.

- Eles não veem!

- Quem são eles?

Luís Aseokaynha
Enviado por Luís Aseokaynha em 28/06/2018
Reeditado em 28/06/2018
Código do texto: T6375979
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