Bravo Agricultor **
Botou a foice nas costas e foi brocar.
Chegou a noite cansado não teve tempo
Nem de falar com os filhos,
E receber o carinho da esposa,
Logo foi deitar.
E assim muitas vezes repetiu.
Queimou a roça,
Preparou o plantio.
Botou a enxada nas costas.
Desta vez foi com mulher e filhos
Levando sementes a plantar.
E em fileiras saiu cavando
Esposa e filhos a semear.
Caiu uma pequena chuva.
A plantação nasceu,
Também nasceu capim.
Novamente com a enxada
Saiu à trabalhar,
Levou esposa e filhos.
Com sua vontade e seu suor,
de roça a dentro a capinar.
Muitas vezes repetiu.
A chuva foi cessando
E a plantação parou de crescer,
Foi murchando, não deu nada.
Foi triste ver.
Porém não desistiu.
No outro ano a mesma sina
Mulher e filhos para a roça a trabalhar.
Brocou, preparou a terra.
Plantou,
Capinou...
Com a esperança que a chuva não iria falhar.
Realmente não falhou.
Choveu,
Choveu
E choveu...
As águas se espalharam
Sua roça alagou.
Plantações perdidas,
Vidas maltratadas,
Fome surgida.
Trabalho perdido, foi o que se viu.
Mas...
No próximo ano ele ainda estará lá,
Apesar da chuva não ajudar,
O bravo agricultou não desistiu.
** Inspirações de Momento