A culpa do inocente
Vou soltar pipa na esquina
Sem nenhuma malícia.
Vou ver minha mina
Dou de cara com a polícia.
Nem a boca eu abro
Já estou no camburão.
Do que estou sendo acusado?
Não me avisaram, não.
Sou moleque negro
Sou moleque pobre
Sou filho de preto
E em nada eu sou nobre.
Como eu queria que um dia
Essa história fosse ficção
Minha alegria seria
Ver nossa união
E anunciar que o racismo
Não cabe em nossa nação.
Saiam da minha frente,
Pois eu preciso falar
O que você não entende,
Negro também é gente
E também sabe amar