NOME AOS BOIS

Sempre estivemos sozinhos...

Ninguém nos representou...

Beberam os melhores vinhos...

Para o povo o que sobrou?

Já é hora de acordar...

Promessas somem ao vento.

Ou ventilamos o ar,

Ou certo o sufocamento.

A bota sobre a cabeça...

Voz de comando e chibata...

Lei do silêncio e a chalaça...

De quem o pódio arrebata...

E a escravidão sem pesar...

Sangue a correr pela areia...

Injustiça e se aviltar...

E a presa muda na teia.

Longe o canto da sereia...

O mar engolindo a proa..

Sangue gelado na veia..

Iceberg que esbroa...

A cabeça sem coroa...

O pé que o calo padece...

Desvio dessa canoa...

Vazio ecoando em prece...

E negro véu do futuro,

Escondendo uma promessa,

Revela por sobre o muro,

Real que não se processa..

ANA MARIA GAZZANEO
Enviado por ANA MARIA GAZZANEO em 01/06/2018
Código do texto: T6352840
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