NOME AOS BOIS
Sempre estivemos sozinhos...
Ninguém nos representou...
Beberam os melhores vinhos...
Para o povo o que sobrou?
Já é hora de acordar...
Promessas somem ao vento.
Ou ventilamos o ar,
Ou certo o sufocamento.
A bota sobre a cabeça...
Voz de comando e chibata...
Lei do silêncio e a chalaça...
De quem o pódio arrebata...
E a escravidão sem pesar...
Sangue a correr pela areia...
Injustiça e se aviltar...
E a presa muda na teia.
Longe o canto da sereia...
O mar engolindo a proa..
Sangue gelado na veia..
Iceberg que esbroa...
A cabeça sem coroa...
O pé que o calo padece...
Desvio dessa canoa...
Vazio ecoando em prece...
E negro véu do futuro,
Escondendo uma promessa,
Revela por sobre o muro,
Real que não se processa..