Lavadeira


Lavadeira pobrezinha
Que lavas roupa no rio
Com água pelo joelho
Mesmo tremendo de frio

Ai tantas rendas que passam
Pelos teus dedos de seda
E tu, lavadeira, nem botas
Nem lenço sobre a cabeça!

Quantas peças tinha o rol
Que recolheste à tardinha?
Cada peça a um vintém,
Lavadeira pobrezinha....

Coram anáguas tão ricas
Na erva verde da margem
Crias teus filhos das côdeas
Que sofres, mulher coragem!