Região de fronteira

Doze ou treze anos,

aborda o carro,

empunha a arma,

sustenta o corpo,

engrossa a fala -

Desce, desce!

Todo mundo fora do carro!

Bora! Perdeu! -

Medo da gente é tanto

que a vontade é fazer do banco,

privada.

Diverte com a cena,

escancara o sorriso

e manda seguir.

Medo dissipado,

a razão dá conta:

a arma, num verde reluzente

da garrafa pet,

brinquedo da imaginação.

A angústia persiste -

Que são brincadeiras,

senão elaboração das vivências?