Liberdade
Sonhando acordado
Refúgio da alma
Busca por algo inventado
Torpor que tranqüiliza e acalma
Bruta realidade
Animais encoleirados
Dados ao dócil abate
Sonhar é reinventar o todo
Nem todos sonham
Rejeição ao engodo
Possível só àqueles que a si mesmos amam
Apropriar-me de minha vida
Apropriar-me de meu trabalho
Será isso pecado?
Ouvi histórias
Um povo que fazia o seu
Que construía sua própria memória
Não mais na arena de um Coliseu
Desejo minha vida escrever
Com a ponta de minha própria pena
Não mais a outros pertencer
O Homem nasce para a liberdade
As cercas e registros lhe entregam como propriedade
Rasgar registros e romper a cerca
Tentar eu hei, ainda que a vida eu perca
Não aceito o cabresto
Por liberdade até a morte
Ou de mim só o resto
A boa luta: lutarei
Se até a vitória não sei
Até o fim
Até a vida plena ou a morte enfim
Liberdade à minha pena!