Borboleta

Acordaste fustigada

A noite foi exaustiva

Os sonhos não se realizam

Não podes reclamar

Não consegues mais voar

Dividida ao meio

De um lado almejas o jardim

A outra parte ambiciona o recreio

O céu está fechado

Não te recebe mais

O ar está poluído

Com recursos minerais

Esta guerra por petróleo

Traz dilúvios ao cacimbo

Quando chove tu não sais

Ficas presa à TV Zimbo

É de manhã e estás lá fora

O homem te quer apanhar

Estás famosa, sofres fotos

A intenção é te matar

Tuas asas estão pesadas

Cais nesse balanço

Não podes fugir de Angola

Porque o dinheiro é escasso

Sempre em frente, resiliente

Firme na caça às flores

O sol nasce deficiente

Com o brilho malfeitor.

Widralino
Enviado por Widralino em 20/05/2018
Código do texto: T6341360
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