Havia

Minha terra tinha palmeiras

Onde cantava o sabiá

Mas com o derrubar das madeiras

Não se ouve canto lá

Havia a beira do rio

Onde eu caçava preá

Porém existe uma calçada

Para a elite passar

O morro de barro cobria o matagal

Que hoje cobre a estrada

Onde há olhos famintos

No meio da encruzilhada

Tinha sanhaços nas amoras

A consumir meu pospasto

Entretanto, há um bando de abutres agora

De carne a se alimentar

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 30/04/2018
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