MISTÉRIO
No cimento frio
o silêncio das palavras
que falam pausadamente
no foco do olhar.
Meu poema sem forma
é um instrumento de protesto.
Enquanto as palavras recriam
os fantasmas derrotados.
Máscaras crispadas
sobre os cômoros
abrem as cortinas
para mostrar tua imagem.
Solitária eu sigo
abrindo portas adormecidas
entre os véus do absurdo.
Sombras sobre a relva
sol que surge no horizonte
vento que invade meu espaço
e eu continuo procurando flores.