Metrópole
O que era mata virou pedra
Os rios e suas águas usadas
Viraram asfaltos e latrinas
Águas impuras e escoadas
As nascentes dos rios vanesceram
E os nativos não se banhavam mais
Nas fontes de águas cristalizadas
Que remoçavam seus semblantes de sais
Guiadas pela praga do capital
Dragas gigantes aplainaram o sítio
Basculantes despejavam barros
E ao redor betoneiras dançavam
Nascia o piche, o cimento e a brita
Arena do pega dos pivetes
Que antes eram os rios
Dos nados dos moleques
Há pepitas de ouro no subsolo
Misturando-se ao excremento
Em direção ao sumidouro
De lentas águas correntes