Metrópole

O que era mata virou pedra

Os rios e suas águas usadas

Viraram asfaltos e latrinas

Águas impuras e escoadas

As nascentes dos rios vanesceram

E os nativos não se banhavam mais

Nas fontes de águas cristalizadas

Que remoçavam seus semblantes de sais

Guiadas pela praga do capital

Dragas gigantes aplainaram o sítio

Basculantes despejavam barros

E ao redor betoneiras dançavam

Nascia o piche, o cimento e a brita

Arena do pega dos pivetes

Que antes eram os rios

Dos nados dos moleques

Há pepitas de ouro no subsolo

Misturando-se ao excremento

Em direção ao sumidouro

De lentas águas correntes

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 26/04/2018
Código do texto: T6319790
Classificação de conteúdo: seguro