Balas de Borracha
Balas de Borracha
Brotou-se a semente do capital
O germinal da primavera
Um germe da mutação social
Uma nova era
Escoras precárias das minas
pagas pelo suor do labor
De pernas dobradas esfolaram
as escórias da sociedade
A revolta dos peles pintadas
Entoando gritos de pão
Acendeu o fulgor do burguês
que ignorou a manifestação
O poeta no meio do povo
Chorou pelo revés
Mas recitou aos ares da estrada
A letra da esperança
Não há mais solução
Gigantes são levantados,
elefantes são alvos
e o capitalismo, mascarado
Seres alienados
Como cobaias da cilada
Depois de tudo concreto
Botam a cara na tocaia
Os gigantes se levantaram
Do norte ao sul do país
Deixamos ressuscitá-los
Em cima do nosso nariz
Agora não adianta lutar
Eles venceram de novo
E as balas de borracha
Simbolizam o nosso povo
Ao soar do apito
O desbaratado festeja
E ecoa apenas o grito
Das bocas das cervejas
Olvida-se o povo
Alienado de novo
Molda-se o povo
Ludibriado de novo