Balas de Borracha

Balas de Borracha

Brotou-se a semente do capital

O germinal da primavera

Um germe da mutação social

Uma nova era

Escoras precárias das minas

pagas pelo suor do labor

De pernas dobradas esfolaram

as escórias da sociedade

A revolta dos peles pintadas

Entoando gritos de pão

Acendeu o fulgor do burguês

que ignorou a manifestação

O poeta no meio do povo

Chorou pelo revés

Mas recitou aos ares da estrada

A letra da esperança

Não há mais solução

Gigantes são levantados,

elefantes são alvos

e o capitalismo, mascarado

Seres alienados

Como cobaias da cilada

Depois de tudo concreto

Botam a cara na tocaia

Os gigantes se levantaram

Do norte ao sul do país

Deixamos ressuscitá-los

Em cima do nosso nariz

Agora não adianta lutar

Eles venceram de novo

E as balas de borracha

Simbolizam o nosso povo

Ao soar do apito

O desbaratado festeja

E ecoa apenas o grito

Das bocas das cervejas

Olvida-se o povo

Alienado de novo

Molda-se o povo

Ludibriado de novo

Ed Ramos
Enviado por Ed Ramos em 24/04/2018
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