- Bandeira Negra
Não ouviram do Ipiranga
O grito das margens
Dos miseráveis que clamam
Aos céus e aos seus encarregados
[Deuses engravatados]
Sou povo que retumba sua tumba
Já posta, já decretada. Morte!
Pois morro nas filas infindas
De socorro no ponto de enterrar
Pra onde irei se eles são as sombras
[Da noite, do meio dia, da madrugada...]
Sou esmagada pela maioria democrática
A minha voz só ecoa no vazio
Será sempre a maioria mais sagaz?
Ainda posso escutar: Barrabás! Barrabás! Barrabás!
Nessa igualdade a gigante natureza da ambição
Consome meu suor, minha liberdade e devoção
Não há paz aqui, nem glória no passado
Sou metade berço esplêndido e a outra escravidão
Óh mãe que me abandonou na sarjeta
Recebo essa gorjeta assistencial, Óh mãe gentil
Salve-me, Salve-me
Tu és ardil, tu és funil.