POBREZA
pobreza
Nas ruas do velho bairro,
Dias empoeiradas,
Dias barrentas,
Poças d’água lamacentas,
Pisadas por equinos,
E pessoas,
Com a sujeira acumulada,
Em roupas suarentas,
Pés descalços,
Bolsos vazios,
Estômagos lacerados pela fome,
Bocas secas,água escassa,
Lá se iam,
Em busca de dias melhores,
Pareciam homens,
Ou mulheres,
Com seus filhos pendurados,
Num fio de lágrima,
Misturada ao pó, ao barro,
Á água suja,
La estavam eles, elas,
Nas ruas do velho bairro,
Enquanto os discursos,
Empolgados e elegantes,
Mantinham-se,
Muito, muito distantes,
Das ruas empoeiradas,
Barrentas, lamacentas.........