SEM EIRA NEM BEIRA

Só com uma mochila nas costas eu ando

Ando só por esse mundão sem fim

Não tenho eira nem beira

E muitos riem de mim

Ando só e não mal acompanhado

Que riem da desgraça que aparenta ser

A mochila que carrego nas costas

Leva tudo que eu preciso ter

Meu amor sentou-se à janela

Como faziam os ancestrais

Olhou-me dos pés a cabeça

Apaixonou-se. E os seus pais?

Ando só e não mal acompanhado

A desgraça que falam é a sorte que tenho

Sem terra, sem casa, sem posse

Nisso não desperdiço meu empenho

Só preciso caminhar feito um errante

Para descobrir a simplicidade da vida

A eira e beira deste instante

Não levarei na minha subida.

Paulo Roberto Fernandes
Enviado por Paulo Roberto Fernandes em 03/04/2018
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