a fala das ruas
As ruas falam,
Ditam e soletram
Seus problemas.
Há dilemas que dialogam
Com cada viela torta.
Há sangue na rota,
Na rota do morro.
Sangue na voz de socorro,
Ecoada como negligência.
Nas ruas há a cadência
Dos passos arregimentados.
Nelas há o choro abafado,
A lágrima seca por não mais se ter.
Há mais também,
Mais do que como nos veem.
Elas quando feitas por quem sabe
Já não se cabe
No concreto frio,
Cemitério de sonhos,
Triste sonhar servil.