a fala das ruas

As ruas falam,

Ditam e soletram

Seus problemas.

Há dilemas que dialogam

Com cada viela torta.

Há sangue na rota,

Na rota do morro.

Sangue na voz de socorro,

Ecoada como negligência.

Nas ruas há a cadência

Dos passos arregimentados.

Nelas há o choro abafado,

A lágrima seca por não mais se ter.

Há mais também,

Mais do que como nos veem.

Elas quando feitas por quem sabe

Já não se cabe

No concreto frio,

Cemitério de sonhos,

Triste sonhar servil.

Alexandre Rodrigues de Lima
Enviado por Alexandre Rodrigues de Lima em 06/03/2018
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