Inquilino das ruas

A cidade dorme e o vento espalha o frio pelas ruas desertas

Um corpo se encolhe num canto sem coberta sob o teto da lua

Nessa brecha do tempo, um rosto se torna invisível ao sol

Nesse segredo enigmático do que é perfeito

Sem brilho, essa alma vaga sonhando com o amanhecer

Não menos cruel, nessa missão desenhada de sobreviver

Numa vida de desencontros, uma bebida faz a diferença na realidade

Disfarçando a dor desse sentimento perdido

Tanta solidão nesse mágico sorriso

Tantas saudades nas palavras desse teu silencio

Tanta insistência em existir nas memórias desse passado sem lembrança

Tantos planos guardados na gaveta da história da esperança

Pisando esse chão sem destino, um inquilino das ruas...

Wagner Carneiro Luiz
Enviado por Wagner Carneiro Luiz em 03/03/2018
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