Nunca Nos Conhecemos
Mamãe, você ainda não entende?
Um amor que vem da consciência adoecerá tudo
A complexidade subjetiva do ser humano é aquilo que o motiva a se corromper
Nenhum de nós quer estar aqui, e mesmo assim…
Podemos seguir em frente de qualquer jeito?
Mamãe, não disseram a você?
O progresso anda arrastando legiões
Somos aqueles que ficam para trás em meio a aleatoriedade primitiva e megalomaníaca
A negação se tornou uma cultura
O respeito mútuo é apenas uma parte iluminada do bordel
Nenhum de nós pode ter sossego em meio a tanta obsessão
Mamãe, nos renderemos ao eufemismo dos rótulos?
Você e eu estaremos fadados à longa estadia nas masmorras da saudade
Sob a custódia abusiva do questionamento predatório
Então a união à favor da desigualdade seduziu você
Por isso a coragem de fazê-lo?
Então a solidão é sinônimo de força
Por isso a coragem de fazê-lo?
Então eu ameaço seu entretenimento amargo
Por isso a coragem de fazê-lo?
Então toda beleza agora é antagonista e retrógrada
Por isso a coragem de fazê-lo?
Dê logo a sentença…
Eu queria conhecê-la e queria te amar
Mas em seu templo as preces foram banidas
Por que tamanha dedicação em se manter insignificante?
Qual sua autoridade para me matar
Se você nunca cuidou de si mesma?
E nunca, nunca, nunca nos conhecemos
Qual sua autoridade para me objetificar
Se você apenas conhece um amor capaz de odiar?
E apenas porque nunca nos conhecemos
Mamãe, você ainda não entende?
Um amor que vem da consciência adoecerá tudo
Mamãe, você ainda não entende?
Um amor que exige submissão da insubmissão não é o mesmo que liberdade
Um amor que atua para que você seja esquecida
Mamãe, você não vencerá
Mamãe, você não vê que a vida não pode ser refutada?