Tratado cyber poético
Sem versos e estrofes
Sem sentimentos fáceis
Idéias enlatadas
De outros todos os tempos
Com sem rimas e
Sentimentalmente blasé
Racionalmente conectado
A uma alienação sufocante
De asfalto, neon e bytes
Páginas configuradas
Vidas desconfiguradas
Pela tela, pelo site
Pelo tédio, pelo scrap
Pela solidão conectada
A mil corações que não
Sentem um motivo real
Para pulsar...
Corpos pútridos
Olhos miúdos
Letras em fonte
Onze sem fontes
Dedos presos
A teclas e mais teclas
Cérebro formatado
A uma infinidade
Finita de páginas
Do livro que não
Se abre nem fecha
Que não ensina
Nem problematiza
Os eternos porquês
Da minha virtual
Inexistência real
Rostos de cera
Na janela mundial
Conceitos descartáveis
Escrita miserável
De comunidades sem
Linhas imaginárias
Ser gauche enquanto
O mundo se choca nas
Paginas que suportar
Abrir
O bonde não passa mais cheio de pernas
Cheio de dedos o mundo se perde e
Deixo de ser mais eu
Para ser mais todos quanto
Uma comunidade suportar
As dores, quem as curará?
Os nomes, quem se lembrará?
Heróis, quem levantará?
Numa passagem de plasma
O real se apresenta a um
Mundo sensível e duro
Para ser meramente
virtual