Gota d'água
Libero a palavra como um manifesto
Visceral e sem censura
Solta, despudorada e impura
Para que fale dos desalentos.
Quero a palavra
Despida e nua
Pois de silêncios e degredos,
Estou farta.
O que vem de mim
O que escrevo e lavro
Não passa de unânime lamento
Um clamor, em fim,
Um desabafo.
Do país que me paralisa
Da angústia que me sufoca
A promessa de "poder"
Dos mandantes,
Não me ilude,
Até me fere, mas não me mata.
Que se abram todas as bocas
Bandeiras sejam içadas
E que a justiça se faça
O verbo, o brado indignado, a palavra.
Beijo a todos!