(Po)ética
Se a tua Voz me cala,
Que chances tenho eu
De te fazer me enxergar?
Tua boca dantesca devora,
Não sei se por medo ou vergonha,
Teus Olhos que, de hora em hora,
Cruzavam com o meu Olhar.
Tuas Mãos pesadas deslocam
A terra que tento pisar.
As mesmas Mãos que outrora
Me arrastaram pra cá.
Queres que eu vá agora?
Achas que vou incomodar?
Pensaste correto, amigo!
Não permitirei mais falar
Ninguém que inventa o que digo
Ninguém que não sabe escutar.
Se tenho Voz, não Me calo.
Se não Me ouves, vou GRITAR!