Morador de rua
Deleito-me num papelão
Imagino como seria um colchão.
As casas,
Com piscina
E eu aqui, levando água da chuva.
Troco
O valor que tenho por uma dormida
Mas que valores eu tenho?
O estado me vê como um rato
A sociedade como um lixo
E eu vou levando a vida desses dois modos.
Conhecimento não me falta
Mas quem vai escutar-me?
Sei plantar bananeira, acredita?
Fiz capoeira por um tempo
E que caia a poeira,
Dos lençóis de algodão
Do povo que finge não me enxergar
Das almas sebosas que são estas;
Achando que estou aqui por escolha própria.