Triste realidade

O olhar aceita o azul do céu...

Não se acostuma com arranha céu

Perambula aqui, e ali, ao léu

E o ser sofre pelo amargor do fel

Arranha o cimento das construções

Dorme entre marquises, sem colchão

Cama é marrom envelhecido, papelão

E entre um trago e outro, orações

Em resto de sanidade, resto de homem

Caído no chão, sem documento, sem nome

Família se tem, não lembra mais; ao lado...

Dorme outro rapaz; rosto esquálido, esfolado.

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