Às nossas vitórias
Ergamos os braços e taças,
Comebeboremos nossas conquistas
parcas e rotas como nossa existência.
Demos hurras e evoés,
soltemos onomatopéias ululantes.
Olhemos uns para os outros com as bocas abertas
gritando acima de nossa futilidade.
Somos vitoriosos sobre os fracos,
calados e humildes,
desajeitados e dissociados,
desprovidos de amor próprio,
paupérrimos e sem rumo,
prisioneiros de sua ignorância involuntária,
andando nas trevas da indolência.
Soltemos fogos, brademos,
levantemos bandeiras e flâmulas!
Criemos marchas e cantigas,
feriados para lembrar nosso triunfo!
Somos nós, nós mesmos, e nenhum outro,
que, sem ajuda, alcançamos tal feito!
comporemos odes à maneira antiga!
Pobres fracos, inapetentes,
escória incompetente,
massacrados por nós,
os bons,
que pisamos
o sangue alheio
fluente.