TEOREMA DA RUÍNA
Sem graus de gênio
Falho se a Dante recrio
Sabido que vim donde
Deuses distantes cintilam.
Mas estou cheio de reis
Quando me farto do primor
E adentro a anarquia das palavras
Sordidas e bastas para cantar o desamor.
Fiz-me Mefisto
Guardião das impurezas
Alcunha de anti-cristo
Ante as cinzas do Carnaval
Que de anúncio
Dir-se-ia com a voz inaudível:
O fim do mundo
Nos acontecera desde o início
Dos tempos em que bandeiras
Foram cravadas no peito dos cidadãos.