Georgi Markov (monologo de um destino triste)
Londres, 11 de setembro de 1978
apenas um ato
não tem cortina ,temos apenas o palco uma mesa e uma cadeira
entra o escritor careca e doente vestido com um roupão
destino ?
pergunta que não tem resposta
diante dos inimigos sou outro inimigo
mas sou amigo das letras
sou amigo das palavras
sou amigo da caneta
sou amigo da maquina de escrever
o mundo foi construido em 7 poesias.
mas não vou parar de falar
sempre
escrevendo
eternamente sonhando.
mesmo que o diabo tente beijar minha boca
vou lutar e vou morrer tentando
As vezes leva anos para se desenvolver, mas não há nada igual ao amor da família.
familia
que agora chora
antes mesmo de tirar uma foto do cadaver
dissidente escritor da Bulgária.
mas sou do mundo
e o mundo ouve minha voz muda
Podemos construir um bom dia todos os dias.
mas o destino quer que o amanha seja nublado
(para um momento e bebe um pouco de vinho)
sou um tudo
vestido de vento
imortalidade
voando
eternamente no nada
poeta do mundo sou o poeta de um mundo construido por gotas de aventura.o mundo das poesias e um mundo impar.
o sangue dos herois não vão parar de gritar.
(ouve um barulho de tempestade do lado de fora e o escritor rasga o livro e vai comendo,tira o roupão e fica pelado andando de um lado para o outro comendo paginas do livro e bebendo vinho.neste momento uma luz brilha no centro do palco )
louco heroi
ultima comida antes de abrir a porta da eternidade
o veneno pode ser doce
para os meus inimigos
Sua morte em Londres por envenenamento por ricina foi executada pelo governo Búlgaro da época e pela KGB (olhando para um espelho)
sua morte
minha vida
longa eternidade
(veste o roupão e neste momento entra uma cama ele deita e uma enfermeira lhe da um remedia neste momento vai tocando suavemente uma musica Russa e a enfermeira vai chorando )
o fim e assim
fim
triste fim
o meu fim
(ele morre a enfermeira cobre seu rosto sai de cena e a luz apaga)
fim