UMA LOUCURA SÃ
Imagino um coral de loucos,
sem regência ou partitura,
cantando de tudo um pouco,
da alegria à lamúria,
do baixo grave ao soprano,
de um Do-Re-Mi de afagos
a um Sol-La-Si de ofensas...
Nessa festa da loucura,
que todo ano acontece
- metamorfose de imago -,
eu sem querer me indago:
se é insano o ser humano
que pensa o que louco pensa
e esquece que louco esquece (?)