Fome Zero
Luz e trevas,
cansaço e descanso,
dia e noite,
lida e repouso,
assim segue
o Jão.
De manhã café sem trigo,
sem maisena, sem milho;
ao meio-dia ralo feijão;
à noite o que houver;
e assim segue
o cão.
Naquela mesa
fartura e nutrição,
o resto pro lixão.
Mas hoje é Natal,
nasce o Menino.
Epifania emoldurada.
Morre um homem,
casual,
normal.
Na morte,
o almejado Pão,
o repasto Real,
farto,
abundante,
fecundo,
do Jão,
““nosso” “irmão””.