SACOMANOS
Infinita és a marcha
Do povo nômade das ruas
Ao centro cinzento
De toda penúria.
Invisível gentalha
Sempre ouvinte do 'Não'
Um gole amargo e seco
Semblante da indigestão.
Do rosto negro
Mortos de fome
Sem emprego e abrigo
Sem voz e sem nome.
Desgraçados na praça
Sem fitar os olhares
Por curvas sinuosas
Que os leva à lugares.
Relés imundícia
Onde o tempo os consuma
Tens liberdade no sonho
Onde já não há nenhuma.
Na mira de dedos sujos
És um bicho selvagem
Brutalizado pela viveza
Exalando hostilidades.
Cortejando o perigo
À procura da cura:
Contemplamos o louco
Não compreendemos sua loucura.