MIASMA
Do leste mediano
Eles erguem suas tropas
Fardadas da negritude sombria
Sobre as ruínas do passado
(Monumentos
Raças
Bandeiras
Dogmas)
Dissipadas com o silêncio póstumo
Há sua tirânica devastação.
Onde o rubro árabe
Agora
Escorre por entre as águas
E fronteiras nacionais
Dominam
Avançam território
Fundam seu estado absoluto e santo
Em nome de seus profetas
Incompreendidos
E cravam sua bandeira soturna
Anunciando a vitória
Do terror televisionado
E por ora
Esquecido.
Imunes
Às lentes ocidentais
Perpassam as nações unidas
Em prol da utópica paz mundial do séc XXI
E dinamitam paraísos artificiais
Onde nossos célebres ídolos
Caminham de mão dadas
Ao som de "Imagine all the people..."
No intervalo de suas fúteis façanhas
Assistidas pelos mesmos olhos pagãos
Que outrora ignoraram à Auschwitz.
Já não escondem-se
Porém
Nem mesmo
Precisam pisar nosso gramado.
Entram em nossas casas
Onde o desamor habita
E plantam suas sementes
De fanatismo
Em nossas mentes passivas
E desatentas
Com oque
Nos sopra
Na modernidade:
Os fantasmas de um tempo que não passou
Ainda que insistamos em nega-lo.