Asturianas

Baía do Marajó, 10 de dezembro de 2017.

Quando eu viajei

Ouvi história da dona Joelma

Ouvi lamentos da dona Joelma

Da sua casa um jiral vazio

De Joelma

Quando eu visitei

Senti o temor daquela Menina

Senti o trauma daquela Menina

De uma arma apontada à ela

Pra Menina

Quando lá cheguei

Ouvi o clamor da gente dos campos

Aspirações da gente dos campos

Os acrescidos de gente unida

De tão campos

Serra avistei

Esperancei pelas castanheiras

Aplaudi luta castanheira

Jamanxim contra a motoserra

Pelos vales

Gapuiar Jacundá

Charapucu

Na Jaranduba

Repartimento do alimento

Mesmo assim Joelma brinca com seu filho sapeca

Mesmo assim a Menina brinca com sua irmã no galho da árvore

Mesmo assim nos campos galopa a natureza

Mesmo assim se faz doce de castanha

Quando bem será?

Que o Pequeno terá fé no pobre?

Que o Menor terá fé no pobre?

E o mundo pra virar uma Flor?

Da Justiça