A Fome

A fome do homem urge
No terror da sua cara
Enquanto o estômago ruge
A boca seca escancara.

Olhares esfaimados
Em súplicas rastejantes
Pobres seres arrasados
Expressões horripilantes.

A derrocada final
Da humana dignidade
A desnutrição fatal
É o requinte da maldade

Que aos pobres condenam
Os ricos de maior sorte.
Pois enquanto a Deus acenam
São cínicos sócios  da morte.

Milhões de almas perdidas
Na pandemia ardilosa
Em estratégias urdidas
Pela riqueza acintosa.

Holocausto horroroso
Apocalíptico abutre
Seu repasto é indecoroso
Da vergonha ele se nutre.







Edmar Claudio
Enviado por Edmar Claudio em 22/08/2007
Reeditado em 23/08/2007
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