EU

Tristeza que não pode dominar

alegria que se apodera do coração

ausência que não limita a presença

amor fraterno bem distribuído

nunca deveras apercebido.

Desta forma sinto-me

indecifrável, sei o que sou

mas nem sempre

sou o que de fato sou

O mundo aperta-me daqui

dacolá, riu sem graça

sou menina, tenho paz

mas quem quer paz?

Meu riso fácil delata

minha alma prazeroza

sou criança querendo abrigo

num mundo onde o homem

decide tudo pelo próprio umbigo.

Só no meu íntimo, apago a impressão

deixada pelos ladrões do bem

com borracha passada no meu coração

aí torno ser eu nesse emaranhado

desejo de ser apenas a doce eu.

fatima rosas
Enviado por fatima rosas em 22/11/2017
Reeditado em 02/12/2017
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