METRÔ/CORAÇÃO
A pressa da
Poesia à boca
Aflora, sem tempo
(Jaz) dá o fora...
O corpo veste-se
De ruas, pés e pés
Vamo simbora!
O trabalho...
Penso, versos, métrica
Meio que, canto...
Mas, métrica aqui, o metrô
Seu interior, canto a canto
Aos bancos, gente,
Ah, sentadas, desde
Sempre nos seus
A sós, tão sós,
Autômatas, ah, o sinal,
Levantam-se, falam-lhes:
Próxima estação
Sé, descida pela
Porta da direita
É o anticlimax
O antiverso, antirima,
A vida cai em cima
Anotações dum celular
Salvo, por muito pouco...
Ainda sim, réstias
De um canto.