Negrada oprimida
Negrada oprimida
Ouvi um tiro
E veio do alto do morro
Não sei se foi da polícia ou do ladrão
Mas de uma coisa é certa
A vítima é um negão
A africanidade está sempre presente
Uma minoria capataz
Uma maioria reprimida
E o conflito é uma constante
Mesma cor de pele
Mesma origem
Mas o que falta é compreensão
De que somos todos irmãos
Não podemos viver morrendo
Nem carentes de cidadania
Ou segregados pela etnia
Nem do conformismo da exclusão
Contrariando todo status de nação
Morre o preto
Vive a agonia
Os números crescem
Banalizam os indicadores
Onde estão os doutores?
Que prometem dignidade
Mas no fundo não reconhecem
Desdenham da vida
Desfazem de um povo
A opressão é amiúde
Só restam as lágrimas
Desta minha negritude.
Ademir Santana
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Santo Antonio de Jesus/BA