Teatro Brasil

Houve muita propaganda

Diz-se que seria bom à beça

Ingresso com panelas nas varandas

Muitos foram ver a peça

Nas mentes e roupas, anemia

Ôh povinho barulhento

Mas da história com sono apatia

Queriam por que queriam o evento

Os atores eu já conhecia

Sabia que era tudo encenação

Nem com a melhor cenografia

Nem com a melhor iluminação

Nem a melhor narrativa

A melhor das intenções como pretexto

Não mudava minha expectativa

Eu sabia: seria burlesco

Elemento cênico que estraga uma Nação

Pano de fundo desta farsa

Esta luta contra a “corrupissão”

Que para o palco trouxe seus comparsas

Sempre adverti sobre o mistério desta cultura

Que joga sobre nós tudo o que é abjeto

Destruindo a esperança de gerações futuras

Tudo pelo bem deste projeto

E o espetáculo saiu de fato

E nele o pior vinha com tudo

Nas coxias planejavam o próximo ato

E aquele barulhento agora ficava mudo

Vergonha deste povo fora da casinha

Vestidos agora como zumbis

Assistem inertes perfomance e dancinha

Na salvação de safado que teve bis

Desde o começo eu já sabia

Não tinha como ter final feliz

Uma grande tragicomédia

Como contra regras um juiz

Conchavos nos bastidores

Tomara que seja curta temporada

No palco se esmeram os atores

Para do Brasil não sobrar nada

Crítica maldosa sem amor a arte?

Ou desta sujeira indignação?

De nossa soberania e direitos o descarte

Parece que deste ingresso, não tem devolução

Mas para os patrocinadores tem incentivo fiscal

Vão financiar/pregar outra peça, contando outro causo:

Herói fantoche (Para na esperança por uma pá de cal)

E idiotas correm para o ingresso.(Merecem aplausos?)

Desta obra dramática faça parte da resistência

Não caia nesta peça – é um engodo

Fiquem atentos às saídas de emergência

Cortinas de fumaça denunciam - É fogo!