SEJA PRÓXIMO DO PRÓXIMO

Há bastante tempo ou desde sempre

Milhares perdem o sentido de ser gente

Vivem alheio no que se passa ao seu redor

Como habitante de longínqua ilha estando só

Infelizmente essa anomalia humanitária ainda cresce

Poucos preocupados na solidariedade dessa messe

E promovendo toda essa apatia pelo seu próximo

Torna-se também refém de um mundo tóxico

Pois como se exigir a paz entre nossos semelhantes

Se quem poderia não apoia e só são massacrantes

A tal mal vontade de demonstrar afeto ao irmão

Reside no pretexto de não saber a sua reação

E dentro dessa soberba brota epidemia

Agravada na distância de salutar parceria

Estigmatizando o perambulante de escórias

Pra se negarem a transformar tantas histórias

Na verdade termina de condenar o condenado

Uma forma de justificar seu perfil desumanizado

Com aquele velho discurso de que alguém não jeito

Mas no fundo o que parece crônico é seu preconceito

Uns chegam no ápice do vil orgulho

Quando a sua indiferença virou entulho

Mas afinal qual é o sentido da humanidade

Sem imprescindíveis devoções de irmandades

Se a impiedade contaminar milhares

O individualismo fortalecerá seus pilares

E sem conseguir ser próximo do semelhante

O que nos restará em um futuro pouco distante?