AMÉRICA
Brava América sofrida
Com seus veios, suas veias
Suas pedras preciosas, suas flores
Vertendo suas riquezas
Escorrendo suas vidas
Ouro, negro, verde vida
Sua carne cavoucada
Pele seca esticada
No curtume dos perversos, suas aves,
Secam seus cantos, secam suas salivas
Santos índios, santos negros
Derramando suas tintas
Enchendo de sangue teus rios
De corpos suas sepulturas, sem flores
Indigentes sem pátria, as vítimas
Vítimas de um sistema idólatra
Que escancara suas janelas
Vendendo barato a própria carne
Da qual não recebeu outorga
E de donos travestidos, derrubam tuas portas
Ah América, brava América
Causa de minha tristeza, minha indignação
Lamento não ver tuas riquezas contigo
E sim nas mãos de larápios indignos
Que esquartejam teu corpo rico
E destroem teu nobre coração