A cidade que não para

Amor,

palavra desconhecida na cidade que não dorme

rancor,

sentimento vívido na cidade que não tira o uniforme

em seus muros cinzas

gritos são pintados

em seus cidadãos ranzinzas

ódio na face é estampado

terra da garoa

lugar de desigualdade

cidade que amaldiçoa

os que ainda tem bondade

durante o dia

uma barulheira incessante

vinda de almas vazias

vinda de corações não pulsantes

a tarde enche-se o asfalto

carros, transito e confusão

gritos, tiros, assalto

sirene, mais tiros e prisão

chega a noite com seu céu esfumaçado

estrelas? Só se forem os postes iluminados

repleta de arvores artificiais

cidade enfeitada com sorrisos superficiais

a fome feito sirene ecoando

mas o egoísmo gritando mais alto, silenciando

olhos vendados para a dor

mas sempre abertos procurando um investidor

cidade que come felicidade

caga decepções

sangra cifrões

e é fluente em vaidade

cidade em que muitos chegam com confiança

buscando seus sonhos alcançar

e partem sem esperança

após a cidade os sugar

bem vindos a cidade que não para

a cidade que não descansa

onde você sempre trabalha

mas o topo nunca alcança

R J Ferreira
Enviado por R J Ferreira em 04/10/2017
Reeditado em 07/10/2017
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