A cidade que não para
Amor,
palavra desconhecida na cidade que não dorme
rancor,
sentimento vívido na cidade que não tira o uniforme
em seus muros cinzas
gritos são pintados
em seus cidadãos ranzinzas
ódio na face é estampado
terra da garoa
lugar de desigualdade
cidade que amaldiçoa
os que ainda tem bondade
durante o dia
uma barulheira incessante
vinda de almas vazias
vinda de corações não pulsantes
a tarde enche-se o asfalto
carros, transito e confusão
gritos, tiros, assalto
sirene, mais tiros e prisão
chega a noite com seu céu esfumaçado
estrelas? Só se forem os postes iluminados
repleta de arvores artificiais
cidade enfeitada com sorrisos superficiais
a fome feito sirene ecoando
mas o egoísmo gritando mais alto, silenciando
olhos vendados para a dor
mas sempre abertos procurando um investidor
cidade que come felicidade
caga decepções
sangra cifrões
e é fluente em vaidade
cidade em que muitos chegam com confiança
buscando seus sonhos alcançar
e partem sem esperança
após a cidade os sugar
bem vindos a cidade que não para
a cidade que não descansa
onde você sempre trabalha
mas o topo nunca alcança