Descaso

Que margem finaliza esse crepúsculo

Que tinge o céu de rosado?

Caminhando entre os transeuntes

Passo a passo articula os fatos

Que milícia tranca a rua na via

Expulsa o negro e impede a raça

De ver os pontos esburacados

Dos olhares vagos em mínimos espaços

Cama que a ateia os desejos

De procurar vias dolorosas

Chamuscadas de esperança

Vias corrediças de anelos

Espalhando o perfume nas ladeiras

De um tempo bom que colhem as flores

Como compreender essa triste sina

Dos desencantos sociais vigentes

Chagas purulentas do orçamento

Das tramas dos bastidores

Das vantagens em forma de firulas

Trôpegos passos em desatino

Filhos do descaso eleitoral

De urnas sérias pegajosas

Entre tanto desrespeito publico

Cabe a cada um avaliar a tese

Criando a antítese do desalento

Em cada gravata colorida do congresso

A bravata do desinteresse

O descaso do colarinho branco.

pedroluizalmeida
Enviado por pedroluizalmeida em 27/09/2017
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