A Morte da Esperança.

Estamos perto

Acho que em breve conseguimos

Afinal

Tentamos a todo custo

Até que descobrimos

O que fazer pra não sermos justos

Depois de tantos sacrifícios

Hoje nós sabemos

Viver as nossas vidas

da maneira mais difícil

Logramos conquistar

Mais de cem inimigos por dia

Com imensa alegria

Estamos nos tornando

Cada vez mais distantes

daqueles que amávamos antes

Aprendemos viver

Sem precisar de amor

Todo ódio e rancor semeados

Geraram frutos sem precedentes

Aqueles tempos nos quais sorríamos

Se foram, sem deixar saudade

Hoje temos liberdade de odiar

O futuro chegou

E não chegamos nem perto

de ser aqueles

Que quando crianças

Pensávamos que seríamos

Vivemos sob a luz da escuridão

Tão temida e desejada

Não temos nada

Além de vidas vazias

Sem amores e nem amigos

Podemos passar sem isso

Não há mais necessidade

Em honrar nenhum compromisso

Esquecemos o valor da verdade

da alegria e da dança

Dançamos sem melodia

Invertemos valores

Transformamos a vida

Numa coisa vã

Louvemos todas as dores

Todas as tristezas causadas

Possuem belezas sem par

Mais nada havemos de desejar

E nem sequer teremos

Criamos todos os problemas

Os quais nós tanto louvamos

Só nos falta criar

O "dia da desconfiança"

E depois fazer uma festa

Na "semana do nada resta"

Nossos planos deram certo

Estamos perto

Muito perto de chegar lá

Afinal, nós somos humanos

Os seres mais espertos da criação

Edson Ricardo Paiva