Seringueiro

A erupção da borracha
Conduziu um mar de migrantes
Provenientes do Nordeste
Flagelados pela seca
Rumo a Floresta Amazônica

A rotina do seringueiro
Começa antes do sol nascer
Cortando o tronco da seringueira
Extraindo o látex
Preparando no fogo
As bolas de borracha
Levando as bolas de borracha
Ao barracão do seringalista

O seringalista
Vende roupas
Armas
Calçados
Alimentos
Transporte
Utensílios de trabalho
Ao seringueiro
Que cai na armadilha
Da escravidão por dívida

Resevas Extrativistas
Cooperativas de seringueiros
Estratégias para proteger
O pão e o modo de vida dos seringueiros
Contra a opressão do seringalista

Seringueiro não tem saudade
Do trabalho árduo nos seringais
Da submissão no barracão do seringalista
Ele tem saudade
De pescar no rio
Caçar na floresta
Fazer roçado na terra

O seringueiro precisa de políticas públicas
Que aliem
Justiça Social
Viabilidade Econômica
Proteção Ambiental
Conservação da Biodiversidade
Conservação da Sociodiversidade

Poema em homenagem a Chico Mendes e Octávio Ianni
Bruno Valverde
Enviado por Bruno Valverde em 17/07/2017
Reeditado em 26/12/2017
Código do texto: T6057255
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