O Corvo e os Abutres
Os olhos vermelhos,
A morte no espelho,
O grito, o desespero
Os tolos não viram.
As marcas deixadas,
Das porradas na cara.
Das balas nas casas.
Os tolos sorriram.
Não viram que o sangue,
Que nas ruas corriam.
Os filhos que morriam,
Também eram seus.
Vivem enganados,
Com os lombos marcados.
E ainda não entenderam,
Quem foi que perdeu.
Não se deixe enganar.
Os abutres famintos,
Querem te devorar.
Não respeitam nada, nada.
Se perderam na estrada.
Da decência, da coerência.
A demência os devorou.
E o fogo, morrendo negro.
Urdia sombras desiguais.
Outro golpe?
O Corvo disse " nunca mais".
(Trecho inspirado de "O Corvo" de Allan Poe)