A dança das dores do mundo
Quanto pus na chaga aberta!
Quanto sangue neste chão!
A esperança nunca acerta?!
Vejo os homens como são...
Vasto circo dos horrores
Nosso andar se mostra ser,
Fossa funda vã de dores
Nas estradas a feder!
O mundo já tem desgraças,
Já tem p’ra carne seus dentes,
Mas, mesmo assim, nossa raça
Crava mais dentes na gente!
E assim dançamos a dança
Das dores todas do mundo,
Enchendo o mar da matança,
Dentro de um poço sem fundo!