A dança das dores do mundo


Quanto pus na chaga aberta!
Quanto sangue neste chão!
A esperança nunca acerta?!
Vejo os homens como são...

Vasto circo dos horrores
Nosso andar se mostra ser,
Fossa funda vã de dores
Nas estradas a feder!

O mundo já tem desgraças,
Já tem p’ra carne seus dentes,
Mas, mesmo assim, nossa raça
Crava mais dentes na gente!

E assim dançamos a dança
Das dores todas do mundo,
Enchendo o mar da matança,
Dentro de um poço sem fundo!
Firmínio dos Hades
Enviado por Firmínio dos Hades em 02/06/2017
Reeditado em 09/06/2017
Código do texto: T6016558
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