AMOR DESBOTADO
Nas harmonias de uma essência perdida,
Caminhamos em direção ao desconhecido,
Tornando-nos iludidos pelo consumismo,
Que anestesia os sentimentos e a vida.
A sociedade de consumo desbotou o amor,
Transformou-o numa fria regra sem propósito,
O jardim do afeto deu lugar a um solo inóspito
E no horizonte se avista somente a existência em dor.
Alguns ainda tentam carregar no peito a emoção,
Tentam resistir à verdade dura e sem alento,
Mesmo que a realidade os leve como folhas ao vento
Em direção aos campos árduos da solidão.
E nas planícies da existência há os que vagam cegos,
Perdidos em uma vida de obsolescência programada,
Esforçando-se por agarrarem a uma ilusão criada,
Que marginaliza a essência e infla os vaidosos egos.