CONFESSO
Estava crescendo conforme sabia o seu coração. Era forte e destemido, sabia que por onde passava, deixava sua luz. Já dizia a antiga lenda, filho de peixe, peixinho é. Cresceu ouvindo conselhos do pai, e via um mal exemplo, quando gritava inúmeros palavrões, por isso não quis repetir a história, buscou seu próprio caminho.
Escondia em sua gaveta, coisas que para ele eram de valor.Até que um dia, viu seu mundo cair.Em um sábado de Dezembro, no tumulto da feira popular, do centro do Rio de Janeiro. Se viu, frente a frente com uma situação de estranheza, no meio de um caos urbano.
A violência que tomou conta da cidade, o deixou desprotegido, em meio a um assalto. Dois covardes, que num ato de crueldade, atiraram em seu peito, fugiram levando seu dinheiro. Quase perdeu a vida.
Então, ele se pergunta: Por que eu cresci? Porque a vida não é feita só de tristes ocasiões. Eu gosto de rir dos meus sonhos, de duvidar do que acontece, confesso que a emoção me domina, mas eu apago o passado.
O importante da vida é continuar, mesmo que isso me custe , um preço alto, de confessar ,diariamente, que não sou igual, que sou contra a violência, que irei lutar para acabar com impunidade.Quem sobrevive a covardia ,pode aprender a se defender melhor, e ganhar uma força superior, para jamais ,abaixar a cabeça.