Festa no Morro

De emoção vaga e plangente procurei um poema
Para examinar o pulsar do meu coração
Senti o abstrato, no muro via teu retrato
Que, mesmo íntimo, não podia deitar a mão.

Frio soprava o vento, mas não ouvia lamento
Nem qualquer reclamação vinda dos ares
- Flores - Sorria a imensidão da vida no morro,
Onde a beleza e a alegria se transformam com tempo.

Gente que vinha, gente que ia, gente que chegava
Gente que saia, gente que subia, gente que descia.
A vida seguia feito água nos rios.
Amor se apresentava e prometia novo amanhecer.

E um canto de paz substituía estouros das armas
Juntos todos cantavam com imensa alegria
Sobre o pobre telhado anjos sobrevoavam
Feliz o povo se abraçava, em festa as crianças sorriam.