Tempos modernos
Na realidade em que vivemos,
Somos nós os tolos que morremos.
Na realidade em que vivemos,
Na verdade, nunca vivemos.
É tão difícil saber quando alguém é
Realmente sincero ou bondoso,
Quando a chuva não tem gosto,
Quando o ofício do valor é mentir sobre tudo um pouco,
E um pouco sobre tudo.
Diante de tanta mentira e egoísmo,
Nos perguntamos quais são os sorrisos,
De um homem que morre na praça no frio
De inverno no outono,
Do homem que vive com medo morrer
Com um tiro nas ruas sujas da cidade.
Das empresas que lucram sobre o coitado,
Dos valores invertidos que abraça a sociedade.
Da criança que chora sem ter o que comer,
Daquele que vive diante de uma guerra,
Onde o lema é matar ou morrer.
Olha para os arredores e enxerga os males,
O religioso sem metafísica, materialista.
Também o sujeito tradicional,
Preconceituoso, intolerante e racista,
Sem ética e nem moral.
O ódio que tomou o lugar do amor,
Surge o homem invisível aos olhos dos direitos.
Um estado que não é próspero nem legal,
Do governo que deixa o rico mais rico,
E o pobre mais pobre,
A justiça podre, e a vingança nobre.
Não quero mais viver sem antes dizer não.
Dizer não ao que nos torna monstros e
Menos humanos .